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Falar sobre a Diabetes

Artigo escrito pela colabora da Roche Diabetes Care, Stephanie Swaim.

Recentemente disseram-me algo interessante sobre a diabetes que gostava de partilhar convosco. Numa conversa com a Professora Katharine Barnard-Kelly,  Ph.D. , ela disse que acredita que as pessoas que vivem com a diabetes há mais tempo sabem fundamentalmente as mecânicas da doença; o desafio é como as aplicar no contexto do seu dia-a-dia. Gerir a diabetes juntamente com as outras prioridades do quotidiano pode ser uma enorme tarefa, e não é surpreendemente que muitas pessoas passem por uma sensação de sobrecarga e angustia relacionada com a diabetes. Uma abordagem simples para reduzir esta sensação é falar sobre o assunto.

Como alguém que vive com a diabetes e escreve sobre este tópico, acredito que existem 5 temas principaiss sobre a diabetes, os quais todos nós lemos consistentemente:

  1. Como é que a comida afeta o corpo.
  2. Como é que o exercício físico impacta a glicemia e a resistência à insulina.
  3. Saber os nossos valores e o que atitudes tomar perante os mesmos.
  4. O que fazer quando a nossa rotina muda – por exemplo, em viagem.
  5. Perceber que irão sempre haver altos e baixos tanto nos seus valores de glicemia como nas nossas emoções relativamente à diabetes.

Mas já todos lemos sobre isto.

A maioria de nós que fomos diagnosticados em adultos não fomos a campos de férias, não crescemos com esta condição e não recebemos muito conhecimento da nossa equipa de profissionais de saúde sobre como lidar com a diabetes. Além disso, certamente que não aprendemos como falar sobre a diabetes com a nossa família, filhos, amigos e colegas de trabalho.

Não sei quanto a vocês mas gerir a minha diabetes durante o dia-a-dia é algo que tendo a fazer em piloto automático. É algo que simplesmente faço. Medir a glicemia, fazer contas na minha cabeça, tomar decisões sobre comida ou os níveis de atividade física, e tentar decifrar exatamente o que se passa quando a minha glicemia não está onde achava que deveriam estar. Contudo, honestamente foi apenas durante um episódio numa aula de dança da minha filha que me apercebi a forma como reajo quando há uma “situação”. Estava sentada ao lado de uma outra mãe (que já conhecia) quando precisei de medir os meus valores de glicemia. Parei o que estava a fazer e tirei o meu medidor de glicemia, piquei o dedo e vi o resultado. Parece simples, certo? Olhei de relance para a outra mãe que estava boquiaberta. Ela perguntou “Podes fazer isso aqui?” Eu não sabia o que dizer e então murmurei “Sim, precisava de saber os meus valores de glicemia”. Depois de guardar o meu medidor, olhei para o ar confuso dela resultante desta linguagem estrangeira chamada Diabetes que tinha eu acabado falar. E foi aí que me caiu a ficha. Percebi que nunca ninguém me disse como explicar a minha diabetes a outras pessoas, nunca ninguém me disse que as pessoas na minha vida que gostam de me ajudar (família e amigos) gostariam de fazer efetivamente algo – então o que posso pedir que façam?

Ideias que o poderão ajudar a falar sobre a diabetes

Partilho convosco algumas das questões que a Dra. Barnard me fez as quais vos poderão dar algumas ideias de como falar sobre a diabetes de forma a ajudar as pessoas mais próximas de si a entender o que significa ter diabetes e a perceber aquilo que necessita.

  1. Acha que as pessoas à sua volta entendem o que é ter diabetes?
    1. Porque pensa isso?
  2. O que o frustra mais sobre a forma como as pessoas o tratam por ter diabetes?
  3. Alguma vez pediu ajuda na sua auto-gestão da diabetes a alguém proximo?
    1. Se sim – O que aconteceu?
    2. Se não – Porque não?

Quando li estas primeiras questões pensei logo no quão pertinentes são e em como poderia responder a cada uma. Estas estabelecem a base para o processo de pensamento sobre como as coisas funcionam agora no nosso mundo. A seguir, a doutora continuou com mais perguntas:

  1. Num mundo ideal, o que gostava que fosse diferente na forma como as pessoas proximas de si o ajudam na gestão da diabetes?
  2. Qual é aquela coisa que preferia que estas pessoas NÃO fizessem?
  3. Qual é aquela coisa que preferia que estas pessoas FIZESSEM?

Este conjunto de perguntas ajuda-nos a criar a estrutura de como gostaria que as circunstâncias funcionassem – especialmente se preferir que certas coisas começem a funcionar de forma diferente.  E porque frequentemente nós somos mais duros connosco próprios do que com aqueles à nossa volta, imagine por um momento que alguém que lhe é próximo tem diabetes:

  1. Como se sentiria?
  2. O que quereria fazer para apoiar essa pessoa?
  3. Como acha que o poderia fazer?
  4. Acha que esta pessoa ficaria contente como a forma como lidou com esta situação?

Estas novas questão vão ajudar-nos a dar uma passo atrás e a colocar-nos nos pés dos nossos entes queridos. Tal irá ajudá-nos a voltar à realidade para que possamos responder a algumas perguntas que são realmente importantes, auto-refletivas e sobre as quais poderemos tomar ações:

  1. Qual é aquela ação que a sua família faz (relativamente à sua diabetes) que mais o incomoda?
  2. Qual é aquela ação que a sua família faz (telativamente à sua diabetes) que mais o ajuda?
  3. Como é poderá tornar as coisas que o incomodam em circunstâncias que o podem ajudar?
  4. O que terá de acontecer para se sentir mais apoiado?

O tempo que passamos a fazer auto-reflexão ajuda-nos a ter a certeza que estamos a fazer o máximo que podemos para estarmos abertos a fazer aquilo que mais amamos. Partilhem estas questões com a vossa família. Primeiro respondam e depois peçam à vossa família para responder a outras perguntas que possam surgir como por exemplo:

  1. Que parte é que a vossa família sente ser a mais difícil na gestão da diabetes.
  2. Quando é que se sentem mais impotentes?
  3. Como é que todos juntos podem criar um melhor ambiente para apoiar a gestão da sua diabetes?

Se se lembrarem de outras questões na sequência destas que fizeram aos vossos entes mais queridos, ou outras boas ideias que funcionem pessoalmente e que outras pessoas possam talvez colocar em prática, partilhem connosco no facebook Accu-Chek Portugal.