Já sabemos que é importante monitorizar os valores da glicemia para conseguir gerir a diabetes tipo 2. Faz sentido certo? Precisamos saber o valor da glicemia para que possamos fazer ajustes necessarios à nossa dieta, rotina de exercisio e identificar outros factores que podem ter impacto. Além do mais, há estudos que sugere o auto-monitorização melhora o controle da glicemia, especialmente em pessoas com diabetes tipo 2 que não são insulino-tratados. Essa melhoria reduz riscos de complicações relacionadas à diabetes. Afinal, consegue medir a glicemia em questões de segundos.

Então por que ficamos axiosos à medir os valores de glicemia?

Decidimos perguntar as pessoas que melhor nos poderiam responder: pessoas com diabetes tipo 2.  Esta questão foi lançada em um post publicado no Instagram e página de Facebook do Beyond Type 2, à qual membros desta comunidade apresentaram várias razões. Um deles disse que “tenho imensa ansiedade quando vou apertar o botão da caneta (dispositivo de punção)”. Medo das lancetas, da dor associada com a medição e de retirar sangue estão associados com piores controle de glicemia.

Outro membro respondeu que hesitam à medir a glicemia quando quando sabem que comeram algo que vai ter impacto no valor. William Polonsky, PhD, escreveu que a monitorização da glicemia pode agir como um alerta contstante da diabetes, o que em troca pode ser estressante para a pessoa.

Nem toda a ansiedade é resultado do medo de lancetas ou da antecipação do valor da glicemia que o medidor pode dar. A questão financeira pode também ter impacto na ansiedade. Tiras testes têm um custo associado. Se você é uma pessoa que precisa ou quer monitorizar a glicemia com frequência, a preocupação em repor os seus consumíveis pode desmoralizar.

A diabetes pode ser imprevisivel. Mesmo quando damos o nosso melhor em manter um rotina saudavel, a diabetes “faz o que quer”. Um leitor comentou no post, “posso ter uma rotina exatamente igual todos os dias, e mesmo assim tería valores de glicemiia diferentes. Mas ao mesmo tempo, sei que estou a cuidar de mim quando faço a monitorização”.

Em quanto aos nossos amigos e familiares, eles querem sempre o melhor para nós, mas pode ser incómodo quando começam a questionar o cuidado que tomamos que diz respeito à diabetes.

4 formas de superar a ansiedade de monitorização

Felizmente, a ansiedade pode se superada se mudarnos a nossa atitude à volta da monitorização e dos resultados de glicemia.

Não é nada mais do que um número. Entenda que não ha um resultado de glicemia “bom” ou “mau” – sabemos que é dificil de reconciliar com este conceito. Pessoas com diabetes, por muitas vezes são elogiadas quando os valores são “bons” e repreendidos quando são “maus”. Porém, os valores são números, dados que ajudam a determinar como deverá ajustar a sua rotina. Como dizia em um comentário no mesmo post, “É o que é. É meramente uma ferramenta educacional para modificar comportamentos”.

Peça ajuda, mas estabeleça limites. Se tem dificuldades em monitoriazar a glicemia, peça ajuda à um familiar ou amigo. Uma leitora superou a ansiedade com a juda do seu marido, que no ínicio pressionava-lhe o dedo na lanceta, para ela se habituar a sensação e conseguir fazer o teste sozinha. No entanto, mesmo que pedir ajuda, não se esqueça que quem está encarregado da sua diabetes é você.

Experimente novos equipamentos. Tem a certeza que está a utilizar os dispositivos mais adequados para si? William Ponlonsky recomenda trocar a lanceta ou ajustar a profundidade da penetração se os seus dedos estão a ficar com contusões ou se está a magoar demasiado.

Encontre apoio. Há muitas pessoas com diabetes com que possa relacionar as suas experiencias, tanto presencialmente como online. Interaja com pessoas que possam dar dicas em reduzir a ansiedade e o stress que pode ser causado pela monitorizaçao da glicemia.